FecomercioSP estima que o varejo nacional deve deixar de faturar R$ 11,8 bilhões neste ano
O ano de 2020 terá vários feriados que caem em dias úteis. Serão nove recessos nacionais, incluindo Carnaval e Corpus Christi.
Se para o turismo a notícia é boa, quem trabalha nos outros setores pode ver o faturamento anual cair.
A FecomercioSP (Federação do Comércio de São Paulo) estima que o varejo nacional deve deixar de faturar R$ 11,8 bilhões em 2020 por conta das folgas ao longo do ano. O valor é 53% maior que o impacto dos feriados em 2019.
O primeiro passo é decidir se vale a pena abrir as portas nos feriados. Para Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, os grandes centros urbanos, como São Paulo, não ficam vazios em nenhum período do ano.
“Antes, São Paulo exportava gente nos feriados, mas agora está se transformando em um dos principais importadores, se beneficiando da renda gerada pelo turismo.”
Se este for seu primeiro ano no negócio ou tiver mudado de endereço, vale conversar com os empresários vizinhos para descobrir como é o movimento nos dias de folga.
Se você já está consolidado em seu ponto, consulte diretamente seus clientes. Eles estarão na cidade? Gostariam de poder contar com os serviços prestados por sua empresa?
Essa tática é particularmente efetiva para quem atende com hora marcada, entre eles salões de beleza, barbearias e pet shops.
Se abrir no feriado não é uma opção para seu negócio, é hora de pensar em como minimizar o efeito negativo do calendário.
O primeiro passo é fazer um planejamento anual detalhado. Comece dividindo a meta de faturamento mensal pelo número de dias úteis de cada mês. Compare com a meta diária de vendas. A diferença é quanto a mais precisará faturar a cada dia.
Para ampliar a clientela nos dias sem folga e garantir esse percentual extra de vendas, planeje promoções ao longo do ano, além de descontos progressivos para consumidores regulares.
Isso vale tanto para o comércio como para serviços, a exemplo de restaurantes e salões de beleza.
“Não dá para ficar sentado à espera do cliente. Em qualquer ramo de atividade, é obrigatório promover inovações”, afirma Guilherme Dietze, da FecomercioSP.
Aceitar cartões de crédito e de débito, além de vender parcelado, potencializa os ganhos, segundo Dietze. Ele aconselha o empresário a ficar de olho nas ofertas feitas pelas empresas de maquininhas de pagamento. “Algumas prometem taxa zero ou antecipação de recebimentos.”
Outra possibilidade é aumentar o horário de funcionamento nos dias úteis, como forma de compensar os dias de portas fechadas.
Para isso, contudo, é preciso um cálculo cuidadoso dos custos, que incluem pagamento de hora adicional aos funcionários, aumento na conta de energia elétrica e até o risco para a segurança.
“Manter as portas abertas depois que os vizinhos fecham pode deixar seu negócio mais exposto”, afirma Davi Jerônimo, consultor de negócios do Sebrae.
E de nada adianta abrir as portas até mais tarde se o cliente não souber do horário alternativo. Atualize seu perfil nas redes sociais e no Google Negócios, informando o novo expediente.
Fonte: Folha