Em 2017, os brasileiros tiveram que trabalhar 153 dias apenas para pagar impostos. Segundo estimativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), até o dia 31 de dezembro o Impostômetro deve alcançar a marca recorde de R$ 2,172 trilhões, sendo o ano que em tributos mais exigiu do trabalhador. O valor arrecadado representa uma elevação de 8,4% em relação ao ano de 2016, que arrecadou R$ 2,004 trilhões. Os números divulgados pelo Impostômetro são sem o desconto da inflação.
Segundo a Associação, por dia foram recolhidos aproximadamente R$ 6 milhões de reais. Apenas após os meses de maio e junho foi que a população não teve salários comprometidos com impostos, antes disso os salários estavam comprometidos com a alimentação dos cofres públicos.
Com esse valor em arrecadado em impostos, seria possível receber 50 salários mínimos por mês durante quase 4 milhões de anos, comprar quase 5 milhões de cestas básicas, comprar 58 milhões de carros populares entre tantas outras coisas, segundo dados da ACSP.
Pernambuco foi responsável por arrecadar mais de R$ 47 bilhões, valor que representa 2,23% do total da arrecadação no Brasil. Enquanto Recife foi o munícipio pernambucano que mais arrecadou neste ano, sendo aproximadamente R$ 1,7 bilhões. O estado que mais arrecadou impostos foi o de São Paulo com cerca de R$ 796 bilhões aos cofres públicos em 2017.
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Segundo a Associação, o principal fator que contribuiu para o aumento de um ano para o outro, foi devido a retomada da atividade econômica, principalmente no setor da indústria, que durante uma expansão, ele recolhe mais tributos. “Existem vários fatores para que a arrecadação de impostos aumente e entre eles estão à inflação, o aumento dos preços. Mesmo com a inflação comportada este ano, tivemos uma variação entre 4% e 5%. Tivemos também aumento das venda e o aumento dos preços”, destacou o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Marcel Solimeo.
O economista explicou ainda que outro fator que alavancou o aumento da arrecadação foi a venda de veículos em todo o País. “O aumento da venda de veículos impulsiona bastante o aumento da arrecadação pelo fato de que contam com altos impostos, isso foi um dos diferenciais. Além disso este ano o Governo Federal contou com receitas extras para programas de parcelamento”, explicou Solimeo.
“Em 2018 espera-se que o consumo e a economia crescendo, a arrecadação deva melhorar, devido ao desempenho que os impostos apresentaram em 2017”, finalizou o Solimeo.
Por: Matheus Jatobá, da Folha de Pernambuco em 04/01/18 às 07h30, atualizado em 03/01/18 às 23h08